Quem me conhece sabe que a minha rotina é um pouco diferente. Talvez um pouco diferente não, muito, ela é diferente mesmo, acelerada em alguns momentos, desacelerada em outros tantos, mas sempre dinâmica. Trabalho no momento em que muita gente descansa, descanso no momento em que muita gente trabalha. Mas é assim que uma cidade funciona: há pessoas acordadas ela fazendo funcionar enquanto a maioria das pessoas dorme. As 24 horas de um dia correm de maneira diferente para cada um de nós, e é justamente desse jeito que esse organismo vivo chamado cidade se mantém acordado.
A minha rotina é acelerada e desacelerada ao mesmo tempo. Eu acelero no momento em que tudo desacelera, e desacelero no momento em que tudo acelera. Ou seja, basicamente para mim, as coisas funcionam de uma maneira completamente oposta. Testo várias fórmulas de rotina para que a que melhor eu me adaptar dê certo. Foi nessa que eu comecei a testar a rotina da madrugada, que vai ser importante para o projeto de mudança que eu vou fazer no próximo ano, sobre fazer atividades mais complexas ao longo do dia, e escrever os posts tarde da noite, que é uma hora que eu estou mais inspirado, e nesse momento eu tenho aproveitado pouco. Mas como algumas coisas precisam mudar, e vão mudar, eu resolvi começar essa adaptação.
E o que é o primeiro trabalho de um dia para mim, na realidade é o último de um dia. O destaque. Já já, o trabalho termina e começa. E não, não é um modo de subverter a ordem do tempo. Assim já é a minha ordem do tempo, em busca de acrescentar coisas que até então não fazem parte dela. É um modo de dizer que logo, novos trabalhos farão parte do meu dia. E eu preciso adequar os meus, justamente nos momentos em que tudo dá uma pausa para o aguardo do próximo dia. Justamente funcionando como se esse fosse um jornal, atualizado diariamente, entregue na hora que as pessoas estão acordando e tomando café. Eu terei entregue tudo em um horário em que antes eu mal começava.
Enquanto você dorme, tem gente trabalhando, para manter as coisas em ordem justamente para o momento em que você acorda. É justamente sobre isso, sobre como manter um organismo ativo durante 24 horas. É em nome dessas pessoas que eu sou mais uma delas. E é o que eu quero e o que eu planejo, visto a calma que a madrugada traz e a sensação de que eu estou aqui, não somente vendo o tempo passar, mas vendo as coisas acontecerem naquela sensação de que nada está acontecendo, tudo está parado, e bem, é assim que as coisas funcionam, e é assim que a minha rotina vai se adaptar daqui em diante. É o mesmo trabalho de adaptação que eu tive para a agenda semanal.
A minha rotina pode até não ser igual a rotina de muitas pessoas, mas é do jeito que eu faço as coisas. É assim que a minha vida funciona. Com as coisas mais complexas funcionando na rotina habitual, e com o resultado de tudo isso sendo exibido nessa minha rotina própria. Um momento em que a gente sabe quando acelerar e desacelerar. Um momento em que a velocidade da nossa rotina é baseada no que a gente sente nesse momento. São muitas coisas para se planejar, muitas coisas para fazer acontecer e a certeza de que uma nova fase está perto de começar. E uma nova fase traz um novo começo, ao mesmo tempo que traz um novo jeito de encarar a rotina, tão diferente, tão dinâmica.
