Produtivo de dia ou de noite?

Todos nós temos uma hora para funcionar direito. Temos uma hora que nós ficamos lentos. E em uma hora também, a gente pode não fazer nada. E a gente tenta se movimentar na hora em que a gente se sente mais confortável, como eu me sinto confortável trabalhando no momento em que eu mais me sinto bem, diante da flexibilidade que o home office me permite, afinal, este é um trabalho e eu passo a noite inteira, ou quase, digitando, editando, fazendo um monte de coisas e outras tantas que vocês nem fazem ideia. Coisas que eu quero mostrar nos bastidores quando enfim esse ambiente onde eu estou agora se tornar exclusivo.

É assim que eu sou produtivo no período da noite, o momento em que eu estou editando este post, como eu faço todas as noites, o momento em que o dia seguinte realmente começa e toma forma para mim, em mais uma definição de como o meu relógio biológico funciona em um fuso horário diferente do das outras pessoas. O momento em que eu costumo responder as perguntas que vão ao ar no dia seguinte. Um momento onde tudo parece estar calmo lá fora, mas aqui dentro, tudo parece estar tranquilo, menos na sua cabeça, que precisa encontrar algum lugar onde as suas ideias moram e se tornam públicas.

Eu tento ser produtivo de dia, mas muitas vezes isso é impossível. Não para as coisas que eu costumo fazer de noite, afinal, tem algumas que eu consigo fazer na luz do dia, como gravar e editar vídeos, por acreditar que de dia eu tenho tempo suficiente para um trabalho mais complexo. Mas eu te digo uma coisa: essa é uma das poucas atividades que eu faço de dia, e justamente por conta da complexidade do trabalho. Outras tantas eu fico parando e fazendo, parando e fazendo, então eu consigo ser produtivo de noite, quando eu consigo fazer um trabalho mais contínuo para aquelas coisas que eu considero mais básicas.

Mas tá, o que você considera coisas básicas? E eu te diria escrever, que é um momento em que você tem o domínio das ideias e do que exatamente você quer colocar no editor de texto. De organizar a bagunça que os seus neurônios produzem em textos organizados. De transformar sonhos em realidade que se lê a qualquer momento. Coisas que todo mundo que domina texto faz, vira e mexe. Coisas de escritor, eu diria. Eu não me sinto um escritor, mas quem sabe, não é? Como você define um escritor? Aquele que escreve livros? Crônicas? Ou quatro textos por dia em um site entremeado de imagens que ele mesmo faz?

Todos nós somos produtivos em algum momento do dia. Todos nós funcionamos em algum momento do dia. E a gente descobre durante a nossa rotina quando a gente realmente funciona. Eu estou aqui, organizando os meus textos, organizando as minhas ideias, que nem sempre começam do primeiro parágrafo e terminam no último, talvez uma das grandes facilidades da tecnologia moderna, o de organizar as ideias que a gente escreve. E as minhas, eu organizo nas noites, quando tudo está calmo, quando tudo está desacelerando, que é quando eu estou aqui, escrevendo, organizando, formulando as minhas próximas ideias.

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