Se tem uma coisa que esse ano vai me trazer de lembrança são as mudanças de rotina, que eu acredito que eu me preparei por seis meses sabendo que assim seria. Foi assim que eu conquistei o meu quarto próprio e aos poucos me acostumei com a ideia, que era sem dúvidas uma das coisas que eu mais queria ter: um espaço próprio. Mas as mudanças não pararam por aí. Elas são constantes, outras coisas aconteceram, você até receia por tanta coisa acontecer ao mesmo tempo, mas é sobre isso: o que muda, o que fica, e o que a gente aprende de tudo isso que está acontecendo e parece que não para, sabe? É dinâmica aplicada na sua mais pura essência da palavra.
Tudo aqui ao meu redor mudou, algumas coisas eu mandei mudar, como a cor da parede do meu quarto, a maneira que eu queria que as coisas fossem organizadas, e por aí vai. Essa é a mudança planejada, aquela mudança que faz toda a diferença porque você não só sabe que vai acontecer como é você que está fazendo essa mudança acontecer. Mas de repente, tudo muda mais profundamente, e essa mudança você não controla. Ela acontece, parece que é combinada, mas você nem imagina o que está por vir. E parece que tudo veio assim, num turbilhão de emoções que eu nunca antes senti, pelo menos não que eu me lembre em quase 37 anos de vida. Sim, estou chegando nessa idade e não posso negar.
Aquela emergência médica do final de julho pareceu que não ia terminar, mas até hoje ela se reflete em muita coisa que eu faço, como praticamente não mais antecipar metade de um dia aqui no site e entregar todos os dias em cima do laço, com preocupação de como eu vou otimizar o tempo sem saber que na verdade eu estou perdendo tempo e preciso correr atrás. Até hoje a rotina está bem impactada por conta de tudo isso, mesmo hoje eu não estando mais doente e recuperando o que eu não fiz naqueles dias em que eu precisei fazer vários dias em um. Apesar de tudo o que aconteceu, eu consegui me adaptar a esse novo momento.
Hoje eu recuperei a coragem de fazer um monte de coisas, mas outras tantas eu não mudei. Mas enquanto isso, tudo está mudando, como a dinâmica da casa, com três pessoas morando nela e uma delas em viagem de trabalho. Hoje sou só eu e minha mãe, e meu irmão, que agora também tem quarto próprio, está em viagem de trabalho. Muitas mudanças ao mesmo tempo em termos de dinâmica de casa. Além disso, eu tenho que tomar conta do gato aqui de casa, que pegou uma gripe há dez dias, ou coisa parecida que um gato pega. Ele mal se alimentava e hoje já está se recuperando. O felino está bem, só mudou um pouquinho o comportamento por conta de tudo o que passou que foi surpreendente até mesmo para ele.
O que muda, o que fica, o que a gente aprende de tantas coisas que acontecem ao mesmo tempo, sem que a gente espere, sem que a gente se prepare? Talvez a gente esteja acostumado com o óbvio, com o que parece que não muda, mas quando a gente se dá conta, quantas coisas mudaram, quantas coisas aconteceram, e a gente não sabe até quando esse vai ser o ritmo das coisas. O mundo está em constante movimento, a cidade está em constante movimento, até a sua casa está em constante movimento. Tudo vai parecer quieto a maior parte do tempo. Mas uma hora, a dinâmica das coisas irá se impor. E a gente precisa saber que isso, mais cedo ou mais tarde, irá acontecer.