O projeto visual mais desafiador

Posso dizer que vários projetos que eu fiz foram desafiadores. Alguns mais, alguns menos. Posso dizer que mesmo que eu tenha as minhas marcas públicas, como a luneta de um planeta que eu adotei como marca do meu site em 2017 ou os bonequinhos da 612 Comunicação que eu adotei um ano antes, essas talvez nem sejam as mais desafiadoras das minhas marcas. Aliás, o que pode ser mais desafiador do que criar marcas, projetos visuais ou outras coisas que as pessoas vão ver e que de certa forma são parte fundamental da rotina delas? Eu sempre penso nisso toda vez que eu crio um projeto visual.

Afinal, quando se cria para si, como eu criei as marcas da luneta, da 612 e dos projetos que eu toco diariamente, você não tem aquela pressão e aquela cobrança a que está sujeito quando cria um projeto para terceiros. Mas nem isso é capaz de deixar as coisas mais ou menos desafiadoras, afinal, você sabe que está sujeito ao julgamento de todos os olhos possíveis, mesmo que não pareça, mas sempre vai ter alguém que vai colocar um defeito. Até eu mesmo, vejo defeitos em coisas das minhas marcas e projetos visuais que quase ninguém vê, talvez eu tenha um olho muito clínico para muita coisa. Mas é uma coisa que eu não ligo, porque faz parte da trajetória.

Teve marcas e projetos visuais que eu criei na base da pressão e eu não sei como foi que eu consegui desenrolar de boas, que poderiam ter toda a pressão do mundo, todos os olhares para julgamento, todo o perfeccionismo que eu poderia ter e o que aconteceu? Desenrolei tudo da melhor maneira possível e o resto, bem, é a marca do cliente, ele faz o que quiser, desde que esteja dentro dos parâmetros de identidade visual, é justamente para isso que um Manual de Identidade Visual serve, para que a marca seja fielmente reproduzida onde quer que isso seja possível. Teve marcas e projetos visuais que eu criei assim, de leve mesmo.

Mas nada pode ser mais desafiador do que a marca que eu criei para a campanha de Trabalho de Conclusão de Curso de Publicidade e Propaganda, em 2013. Foi quando eu fiz um projeto de identidade visual para uma empresa de serigrafia que de fato existia na época. Fiz o projeto visual de uma marca moderna, com jogo de cores, degradê e tudo mais que o cliente queria naquela época, além de todo o conceito de campanha para o lançamento dessa nova marca, que era o intuito da campanha que valeu o meu TCC, e por tabela, a minha formação como publicitário. Essa marca poderia até ser aplicada de verdade pela empresa se assim ela quisesse. Poderia. Não foi.

Sei que as coisas são mais desafiadoras do que agora. Sei que é desafiador por si só criar um projeto visual, mas é um desafio que eu gosto de me fazer muitas vezes. Fora ser um desafio que vira e mexe me chamam ou me chamaram para fazer. Desafios que surgem justamente para isso: sair da zona de conforto, não se sentir confortável com o que você fez e ir correndo atrás de mais, porque é importante, porque é necessário para a sua carreira profissional, que não é feita de ambientes confortáveis, e sim de desafios que não foram feitos para serem fáceis de se fazer. E eu topo todos os desafios que aparecerem, é o que me molda, é o que me move.

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