Como praticamente todo transtorno de ansiedade, o TOC não tem cura, e tenho que conviver com ele pelo resto da minha vida. O tempo todo ele lança pistas falsas, manias, dúvidas, mas não me deixo abalar. Pois estou ciente do problema e de que devo continuar me focando no tratamento. O momento é de celebrar cada pequeno passo de superação que você dá.
E ir se acostumando com isso, afinal você conviverá com isso o resto da vida. Você convive não só com as manias, com as pistas falsas, com todos os problemas, mas aprende que aquilo tudo que a sua cabeça inventa é para te deixar ainda mais vazio, mais deprimido, mais fora de si. Não. Não vai acontecer nada comigo, nem com as pessoas ao meu redor. Disso o destino se encarrega e não poderei mudá-lo, pois não tenho superpoderes. Sou um ser humano como você.
E é para acostumar essa cabeça aqui que ela deve trabalhar para gerar boas ideias e bons momentos que estou seguindo firme no tratamento, no presente e no futuro. Outros tratamentos podem surgir de modo que eu continue me centrando em não me deixar levar pelo transtorno. Mas isso tudo vai passar e eu vou aprender a conviver com isso, embora tenha me dado conta do problema há pouco tempo.
O fundamental nesse momento é dar um passo de cada vez. Se acertou, continue, siga em frente, e se errou, conserte, mas não conserte o que você já acertou. Afinal dizem que a cabeça de uma pessoa como eu é como um disco de vinil arranhado, que repete sempre o mesmo ponto da música.
Vamos virar esse disco. Vamos fazer com que a música toque sem nenhuma repetição. Vamos celebrar a superação. Cada pequeno passo que a gente dá em busca da felicidade.
E que nada, nem o TOC, atrapalhe essa busca pela felicidade. É isso que eu desejo para mim mesmo nesse Natal.
Que cada passo seja firme e forte, mesmo que pequeno e fraquinho fisicamente. E principalmente, que eu não possa desanimar.