Minha batalha pelo reconhecimento

O meu trabalho é uma batalha diária. É sobre não fazer as mesmas coisas todos os dias, ainda que você tenha um planejamento semanal, afinal, você quer criar uma rotina e ao mesmo tempo sair dela. Você quer estabelecer regras e ao mesmo tempo subverter elas. Você quer fazer coisas únicas, originais e que não sejam como o que as outras pessoas fazem. Você acredita que o seu trabalho vai ser reconhecido. Sabe que muita gente vai desacreditar, por não sair da bolha, não sair da caixa, achar que você deveria fazer algo padrão. Enfim, tudo o que você vai enfrentar de início é a estranheza. Mas logo, as pessoas se acostumam, elas compreendem o seu trabalho.

Antes de qualquer coisa, a primeira coisa que você precisa ter em mente é: não espere aprovação imediata, não espere conquistar o que você espera de cara, porque dá trabalho conquistar. O que você busca demora para ser construído. Você precisa batalhar por esse reconhecimento, mas antes precisa saber que você não vai conquistar tudo isso de cara, porque não é fácil, não é mole. Quem disse que teria que ser, aliás? Afinal, o nome já diz: batalha. No real significado da palavra. E batalha se conquista, batalha não é fácil, em batalha você pode ter um revés, você pode ter uma ou outra derrota, recuar e recomeçar, mas jamais desistir. Ou não seria uma batalha.

Você até pode conseguir vencer uma batalha. Mas sabe que virão várias outras. Sabe que para conquistar o que se quer, é um produto de várias batalhas. E é o que eu venho fazendo, sabendo que cada dia é um dia, cada obra entregue é uma obra entregue e cada batalha ganha é uma batalha ganha. E é o conjunto de várias coisas, naquilo que você é bom, naquilo que você precisa ser bom. Muitas vezes eu faço um texto como esse numa rapidez impressionante, em outros eu fico pensando demais em como terminar, e se eu não esqueço de terminar, eu demoro para terminar, até vir aquela ideia que vai desenrolar o fio que está emaranhado, afinal, isso sempre vai acontecer em algum momento.

Mas o importante é isso: é trabalhar. É se movimentar, porque nada se consegue parado. É nesse ritmo que eu completo quase mil dias entregando quatro textos por dia e mais um monte de material para mídias sociais, isso quando não tem aqueles dias de dezembro e janeiro que eu entrego até cinco textos. Afora, é claro, as artes, que eu mostro todos os dias, mas que são resultado de um trabalho que leva tempo para ficar pronto, e não se baseia somente na arte que foi feita, mas em todo o material que é produzido para mostrar essa arte. É um trabalho que puxa outro trabalho. E não é mole. Mas eu vou seguir me movimentando, porque eu preciso me movimentar, eu vou seguir sonhando porque eu preciso sonhar.

O reconhecimento é uma coisa que se conquista, e dá trabalho para conquistar. E quando você conseguir, você vai se dar conta das batalhas que você enfrentou para chegar até aqui, na certeza de que nada é fácil, e que você faria tudo de novo se pudesse. Afinal, é sobre o que a gente é e o que a gente batalhou para conquistar, e o reconhecimento vem como consequência da sua luta. Afinal, você está aqui por causa de uma missão, que muitas vezes você não sabe o que é, não sabe como é, mas é movido por ela. E quando você entende a sua missão, entende porque é importante batalhar por ela. Porque não estamos aqui à passeio, estamos aqui para batalhar pelos nossos sonhos, e são os meus sonhos que me movem.