Seus vizinhos plantam árvores ou possuem espaços verdes?
Pergunta feita por este editor
Se eu convidar você a andar na minha rua, o que você mais vai encontrar são casas com espaços verdes. Ou com uma árvore na frente. Já foram várias, já teve momentos em que a rua teve árvores frutíferas, mas algumas precisaram ser cortadas por estarem mais altas do que as próprias casas. Mas a tradição não se perdeu: onde uma árvore precisou ser suprimida por estar doente ou não ter mais condições de manutenção, outra árvore precisou ser replantada. Em outra casa, surgiu uma palmeira imperial que está crescendo. E ainda tem os filhos dos jasmins do caribe que a minha mãe trouxe da casa da minha avó, e que está plantado em casa até hoje.
Além de uma árvore que foi plantada para substituir outra em uma das residências da rua, teve uma casa que até então não tinha uma árvore em frente. Surpreendeu ao abrir um buraco na calçada, cercar de telhas esse buraco e plantar uma muda que está se desenvolvendo. Talvez uma das mais gratas surpresas da vizinhança, e foi por causa dessas árvores, bem como dos espaços que ainda se abrirão para que outras surjam na vizinhança, que eu trouxe o tema das plantas e do verde nas #SetePerguntas. O verde quando está na sua casa é ótimo. O verde quando está nas casas de todos traz uma sensação especial de calma e tranquilidade.
Metade da minha rua tem calçadas largas que permitem a plantação de árvores, e é nelas que você mais vai vê-las. Foi nelas que as árvores foram plantadas, é em uma delas que a palmeira imperial está. É onde ficam os vizinhos que ainda mantém o hábito de colocar as cadeiras na frente das casas, se sentar e conversar sobre a vida, um hábito cada vez mais raro nas grandes cidades, ainda mais em capitais de estado. Mas tem outras residências que utilizaram o recuo da calçada até demais, avançaram os muros até quase o limite do meio-fio, e deixaram um espaço muito estreito de calçada, coisa de quase 40 cm de largura, que não é apropriado nos tempos de hoje, em que se precisa mais do que nunca de segurança para ao menos se andar.
Para além da tradição das árvores de algumas famílias que moram na rua, a maioria das casas tem espaços verdes, o que já é tradição de várias famílias que aqui residem, visto que a geração que formou a minha rua como ela é hoje ainda segue firme e forte. Quem não tem um pedacinho de terra para uma planta, tem um vaso. Vários vasos. No caso da minha mãe, um jardim. E vários e vários vasos do lado de fora de casa. Mais recentemente, minha mãe colocou três vasos de planta na sala na entrada do jardim. Ela ainda tem plantas que utiliza para preparar chás. Um dia desses, tinha até pimenta, que eu fotografei, hoje não mais.
E graças a essa tradição das famílias da rua, em especial a minha, de manter espaços verdes nas casas, ela vai se transmitindo conforme os filhos crescem, saem da rua, do bairro, da cidade, e começam as suas vidas em novos endereços. Mesmo em apartamentos, como no caso da minha irmã, que vai levar várias plantas para ornamentar o lugar onde vai morar, afinal, onde não há terra, há vasos para plantar. E é uma tradição que eu quero levar onde quer que eu vá, afinal, é assim que se transmite o verde, é assim que se transmite o gosto pelas plantas e pela natureza. E se pode acreditar em um mundo melhor.
#SetePerguntas
O primeiro post do dia no Site Josivandro Avelar. Um tema por semana, com uma pergunta por dia sobre assuntos relacionados a arte, cidade e comunicação. Pergunte o que quiser, eu posso lhe responder.