Um som ou cheiro já trouxe de volta uma memória que virou inspiração criativa?
Pergunta gerada pela inteligência artificial e respondida por mim
A memória é comumente conhecida por ser o resultado das coisas que a gente se lembra, e só isso. O que está dentro da nossa cabeça e a gente vê sem mesmo ver, afinal, é da visão que vem a maior parte das nossas lembranças de tudo aquilo que nos encantou. Mas a visão é um dos cinco sentidos do corpo humano, e a memória não se compõe somente dela. O olfato, o paladar, a audição também são capazes de gravar memórias que são acionadas quando a gente sente, come, ouve. Um cheiro de uma comida especial que nunca mais você comeu, um som que te marcou, coisas que só você consegue sentir na sua memória.
Sabe aquele cheiro da sua comida preferida? A playlist da época em que você era criança? O ruído de um carro, de um ônibus que você pegava, que é diferente daqueles de hoje, muita coisa fica na memória e quando você ouve, sente, come de novo, memórias incríveis vem à sua mente. Esses são alguns exemplos de memórias que vem dos sentidos, de todos eles. Até mesmo o cheiro de chuva traz uma inspiração criativa, que me faz lembrar não apenas o meu próprio lugar de anos atrás, mas também me faz lembrar de lugares onde eu já estive. Quantas vezes o cheiro de chuva não inspirou ideias incríveis que eu tive?
Posso exemplificar exemplos de como as memórias que os sentidos criam influenciam na minha criação. O café das segundas-feiras é o resultado de um aroma que fica na memória e que lembra uma segunda-feira calma depois de um domingo agitado em que você não fez nada e precisa se ocupar. Assim como hoje, ficou a saudade do fim de semana e a certeza de que o próximo será melhor, só que para isso, você precisa percorrer a semana inteira. E o começo sempre é calmo, e o que fica é o aroma do café, que significa a energia que você precisa para encarar uma semana inteira. E quando a gente fala em café, não é só a questão do próprio aroma, é do sabor também.
As flores que desenho hoje são resultado de um jardim que já foi frondoso um dia na minha casa. E que já foi mais ainda na década de 1990, quando o jardim de casa era muito mais verde e muito mais colorido como o jardim de hoje, que precisa recuperar essa vivacidade que já teve um dia no espaço que atualmente tem. Elas são o produto da memória afetiva, que está na visão, no tato e no olfato. E que são o parâmetro das cores que eu uso nos meus projetos, quando eu quero testar combinações. Essa é uma coisa que eu sempre gostei de fazer desde os tempos das all type arts na década passada: combinar fontes, combinar flores, criar e ao mesmo tempo antecipar tendências.
As memórias são produto do nosso tempo. E se a gente sente, a gente tem saudade. Mas sabe muito bem que o que deu certo naquele tempo, deu certo naquele tempo. E hoje, as coisas são totalmente diferentes. Deixa a geração de hoje criar as suas próprias memórias com base nas vivências do hoje. O que a gente viveu, a gente viveu. E como dizem, esses são tempos que não voltam mais, afinal, a gente ainda está aprendendo a entender a dinâmica do tempo e como ele passa para cada um. Afinal, ainda estamos aqui, criando memórias, e ajudando as novas gerações a manterem vivas as memórias dos nossos tempos.
#SetePerguntas
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