Os golpes digitais estão cada vez mais sofisticados, e um dos mais recentes voltou a circular em mensagens diretas do Instagram e grupos do Facebook. Trata-se do golpe da falsa oferta de emprego, em que perfis falsos se passam por recrutadores de empresas aparentemente legítimas — e usam dados reais, como CNPJ e razão social, para convencer as vítimas.
Um caso recente mostra como o golpe age: um perfil com nome genérico adiciona várias pessoas a um grupo e envia uma mensagem formal, afirmando ser “gerente de uma empresa de jogos”. O texto cita um CNPJ ativo na época, promete parcerias com “blogueiros talentosos” e inclui um link do WhatsApp para “mais detalhes da vaga”.
O golpe revelado
A fraude se desmascara com poucos cliques.
Ao consultar o CNPJ citado, é possível ver que a empresa foi aberta em 27 de junho e baixada poucos dias depois, em 1º de julho — um intervalo que denuncia o uso de cadastros fantasmas criados apenas para simular credibilidade.

Além disso, a imagem do perfil utilizada na mensagem não pertence a nenhuma pessoa real envolvida na empresa. Uma busca reversa mostra a mesma foto publicada em diversos perfis diferentes, inclusive em sites internacionais e redes como Facebook e TikTok — forte indicativo de que se trata de imagem de banco de dados ou uso indevido de identidade.


Ou seja: o golpista usa uma empresa extinta e uma foto genérica para criar uma história convincente e atrair vítimas.
Como o golpe funciona
O padrão é sempre o mesmo:
1️⃣ O fraudador cria um perfil falso no Instagram com nome aleatório e números.
2️⃣ Cria um grupo com várias pessoas e envia uma mensagem formal, fingindo ser recrutador.
3️⃣ Apresenta um CNPJ real (para parecer legítimo) e promete trabalho remoto ou parceria.
4️⃣ Envia um link externo, geralmente para o WhatsApp, onde tenta aplicar o golpe:
- Pedindo instalação de aplicativos falsos;
- Solicitando dados pessoais e bancários;
- Cobrando “taxas de cadastro”;
- Ou aplicando phishing (roubo de informações).
O texto é genérico, bem escrito e enviado em massa. O objetivo é pegar quem está buscando oportunidades de trabalho e usa o emocional da “boa proposta” para induzir o clique.
Como identificar esse tipo de golpe
🔍 Mensagem formal demais e sem personalização (“vi seu perfil e gostei muito”);
🔍 Nome de usuário aleatório com números e nenhuma interação real;
🔍 CNPJ válido, mas com dados inconsistentes ou empresa já encerrada;
🔍 Foto de perfil repetida em vários sites (indicativo de imagem copiada ou fake);
🔍 Convite para contato externo, especialmente por WhatsApp com número internacional.
Esses sinais são o suficiente para bloquear o contato e denunciar o perfil.
O que fazer se você recebeu uma mensagem assim
✔️ Não clique no link.
✔️ Não envie dados pessoais, documentos ou fotos.
✔️ Denuncie o perfil como golpe na rede social.
✔️ Ative a verificação em duas etapas no Instagram e WhatsApp.
✔️ Informe outras pessoas sobre o padrão do golpe — muitos só descobrem quando já é tarde.
Por que esse tipo de golpe dá certo
O criminoso aposta em três fatores:
- A pressa de quem busca uma vaga;
- A confiança em empresas “com CNPJ”;
- E a aparência de profissionalismo criada com mensagens automáticas.
No fim, o golpista não quer contratar ninguém — quer roubar dados, dinheiro ou acesso a contas.
Conclusão
O golpe da falsa oferta de emprego é mais um exemplo de como a desinformação e o descuido podem abrir portas para criminosos digitais.
Mesmo que o CNPJ pareça verdadeiro e o texto pareça confiável, é sempre importante verificar os detalhes: data de abertura, situação da empresa e imagem usada no perfil.
🔒 Empresas sérias não contratam por mensagens diretas e não pedem que você entre em contato por link.
Desconfie, pesquise e, se parecer bom demais, provavelmente é golpe.













