Como você decide entre minimalismo e elementos mais complexos em um projeto?
Pergunta feita por este editor
Cada projeto tem uma personalidade, que pode ser muito simples, muito complexa, muito elaborada. O meu projeto, eu quis que ele tivesse uma marca mais simples, porque ela precisava ser facilmente aplicada em um ambiente onde só eu trabalho e onde só eu faço tudo o que diz respeito ao trabalho visual. É um visual prático e sem firulas, feito exatamente para a agilidade que o trabalho precisa para aquele momento, um reflexo do conteúdo que ele traz. E que ainda é aperfeiçoado ao longo do tempo. É um trabalho que se pode dizer que é simples e minimalista ao mesmo tempo, porque é assim que o meu trabalho exige.
Mas há outros casos em que o visual mais complexo pode prevalecer, dependendo da vontade de cada cliente de como ele quer ver a sua marca. Nem sempre o minimalismo se aplica a tudo, principalmente quando o assunto é o nicho de mercado de cada projeto. Algumas coisas podem combinar, outras tantas não. E aí é necessário se adequar as necessidades dos clientes, o que eles querem, como o trabalho pode ser planejado, e por aí vai. É muita coisa para se fazer. Afinal, o estilo da obra precisa se basear no que o cliente quer para o seu trabalho. O que eu procuro fazer é ler mentalmente o que o cliente quer.
A maioria das marcas com as quais eu trabalho são mais minimalistas e menos complexas. Talvez porque os clientes com os quais eu trabalho tem essa preocupação em entregar um projeto com rapidez e agilidade. Talvez até porque é uma tendência de momento trabalhar com marcas simplificadas, visto que elas precisam ser aplicadas tanto no impresso quanto no digital com a maior fidelidade possível. O que é um dos pontos que conta bastante, afinal, a marca precisa, antes de tudo, aparecer em toda e qualquer superfície, sem sombras, sem contornos invisíveis, sem brilho em excesso, sem nada que descaracterize a marca.
Além de trabalhar com minhas próprias marcas e com marcas que eu criei para outros clientes, trabalho com marcas que foram criadas com outros designers e respeito a aplicação que cada um deu a cada marca que foi entregue. É uma das coisas que eu mais prezo: a fidelidade do visual da marca, o que explica porque eu defendo tanto a questão dos manuais de identidade para manter essa fidelidade para quem for aplicar uma marca, não importa quem tenha criado. Uma delas é a mais elaborada de todas, e nem por isso deu trabalho de implantar: dei o meu jeito e consegui entregar o projeto conforme a necessidade do cliente.
Entre o minimalismo e a complexidade existem questões que vão além da própria escolha entre o minimalismo e a complexidade. Porque não é somente a questão da escolha. É a questão de como a sua marca se adapta as suas necessidades e a sua identidade. É como você quer apresentar a sua marca e o seu projeto para as pessoas. O que você precisa apresentar é algo que tem a sua cara, e é a sua identidade que vai determinar como é que o seu projeto vai ser e como você vai se apresentar. Afinal, não é só uma questão de escolha. É como te enxergam. É como você quer que as pessoas te enxerguem. É a sua identidade.
#SetePerguntas
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