As mudanças do Google Notícias

Como vocês sabem, eu trabalho com sites de informação. São os mais dinâmicos, e eu posso dizer, emocionantes de se trabalhar, porque você não está lidando com uma vitrine estática, e sim com um site que precisa de atualização e cuidados constantes, porque o editor tá lá, trabalhando com o site todos os dias, lidando com os problemas e com os picos de acesso que eventualmente ele vai ter que lidar diante do que é extraordinário no seu trabalho. Em muitos momentos, o site tem os seus visitantes fiéis, que estão lá, recebendo os artigos e lendo regularmente, mas em outros, o site experimenta números extraordinários do dia para a noite.

Como esses picos de acessos acontecem? É só ver como um site de política lida quando é período de eleição, e um site de transportes lida no momento de uma greve de ônibus. Os sites do Rio Grande do Norte bombaram por conta de uma greve de ônibus que aconteceu nessa semana em Natal. Durou um dia, mas todo mundo procura informação. Quer saber o que está acontecendo e quando vai terminar aquilo. E eu lido com vários sites do estado, assim como eu lido com um site do Rio de Janeiro. Sim, apesar de ter nascido e ser residente em João Pessoa, na Paraíba, os únicos sites da cidade que eu lido, bem, são os meus mesmo.

E justamente por lidar com notícias que eu preciso me preocupar com a distribuição do conteúdo. O Google Notícias era uma mão na roda para isso e eu podia controlar, até o ano passado, os perfis dos sites que tem perfil noticioso. Podia setorizar por categoria, inserir os canais de vídeo, e por aí vai. Mas aí vem o Google e muda tudo, mesmo avisando, que os perfis não poderiam ser mais atualizados e que agora, eles é que gerariam esses perfis. Só que o que eles fazem? Geram os perfis, mas simplesmente deixam de gerar vários outros, a maioria de editores independentes, que o Google simplesmente ignora que se tratem de sites de notícias. Mais uma vez, a relevância determinada pelo Google venceu.

Administrava seis perfis de sites no Google Notícias. Desses seis, só dois perfis sobreviveram. Nem mesmo o perfil do site mais visualizado dos seis sobreviveu. Mesmo que gere notícias, relevância comercial e outros aspectos que na teoria deveriam ser levados em conta pelo Google, não tem nenhuma notícia gerada, e pior, desapareceu das contas de quem segue o perfil, porque tinha gente que seguia esse perfil e tantos outros. Não me importaria se o meu sumisse, mas sumir com o perfil de um site que pega um grande número de visualizações mostra muito bem que o Google quer mostrar aquilo que é conveniente para ele.

Todos os sites possuem a mesma configuração de distribuição. Eu sigo os padrões e deixo o site de cada cliente com a cara dele, sem que um se pareça com o outro, sem que se pareça com meu site. Entender os critérios do Google é difícil quando não se entende nem os algoritmos dos mecanismos de busca, nem o critério de relevância para se aparecer no Notícias. Lido com dois sites de transporte e três de notícias, sendo dois deles blogs. Todos eles trazem notícias que não se encontram em grandes editores. E o diferente é aquilo que o leitor mais procura. Mas o que ele acha, certamente ele já viu em algum lugar. Só o Google que parece não entender isso.

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