Potência para gerar impacto urbano

Existem elementos que possuem potência para transformar por si só. E em um ambiente urbano, gerar impacto visual é fundamental, principalmente porque você entende visceralmente as coisas desde que você nasceu. Eu tenho 37 anos e moro no mesmo lugar desde que eu nasci, vi as mudanças, vi como o mundo mudou ao meu redor, e vocês acharam que a maioria das coisas mudou de forma radical? Nada disso! Os meus vizinhos são os mesmos, a mudança é geracional. E eu entendo ter uma grande responsabilidade sobre esse cenário que muda conforme a nossa necessidade, e em construir uma memória que não pode se perder.

Sim, memória. A primeira coisa que você tem que reconhecer antes de gerar o impacto urbano que você quer é valorizar e respeitar a memória do lugar. Muitas vezes a gente não enxerga a memória nos lugares onde a gente passa, e acha que qualquer coisa que aconteça é consequência do tempo. Mas eu mesmo não enxergo assim. Acho fundamental que as pessoas participem das mudanças que acontecem nos lugares onde elas residem, e mais, que elas se sintam estimuladas a mudar, afinal, a gente têm necessidades, e essas necessidades não podem ser reprimidas pelos receios que muitas vezes a gente tem e nem fazem sentido.

É nesse momento que a gente encontra a potência para gerar impacto urbano. E mesmo um empreendimento por mais pequeno que possa ser tem essa potência. A minha missão é potencializar o impacto desses empreendimentos através de signos visuais, que façam com que esses negócios sejam melhor identificados para além de onde as pessoas estabeleceram. Para que elas não se prendam nem aos lugares, nem a convenções. É literalmente, tirar da caixa, do lugar-comum. É realmente fazer a diferença e ser diferente, é entender melhor cada negócio e a potência que cada um pode gerar. É acreditar antes de qualquer coisa.

Os elementos do meu estilo visual que podem gerar impacto urbano são as combinações de cores, que eu costumo trabalhar nas minhas artes digitais. Encaro elas como um treinamento nesse sentido, porque se tem uma coisa que eu gosto é de fazer combinações de cores, e sempre estudo uma ou outra que podem ser diferentes das que eu já trabalhei. Quero surpreender entre um desenho e outro, e olha que eu já adiantei vários, adiantei para até depois do Carnaval, acredita? É essa possibilidade que eu quero trazer para as marcas, já bem mais afiado em termos de paleta de cores. Diria que agora estou mais íntimo nessa parte.

Para além das cores, trabalho também com traços fortes e um estilo mais marcante. Gosto muito de marcar traços, diria que seria uma das minhas manias, mas faz parte do meu estilo de criação, e quando a gente se dá conta de que tem um estilo, a gente trabalha para reforçar esse estilo no sentido de que esse é um elemento fundamental da sua identidade. A impressão que você deixa. Quando a gente acredita, a gente enxerga potência. E trabalha para que essa potência seja utilizada ao seu máximo. É assim que a gente gera impacto para transformar o cenário das cidades. É para isso que eu quero seguir fazendo arte, e é essa a missão da minha arte: o de ser um elemento componente do cenário das cidades.

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