O último a dormir, o último a acordar

É noite. Nem parece, mas eu não deveria estar escrevendo à essa hora. Este é um post que eu deveria ter escrito ontem, afinal, fiz mais três semanas de perguntas. Mas o dia de ontem foi intenso. Fiz um monte de coisas e esqueci de outras. E quando me dou conta do que eu esqueci, é como se fosse uma impressora, que só funciona se aquele trabalho que está atolado destravar. E depois as coisas começam a funcionar. Mas desde que eu saí da faculdade para voltar ao meu universo, como eu costumo falar, estabeleci a minha rotina, e ela é totalmente diferente das rotinas que eu já segui em outras épocas. A de ser o último a dormir e o último a acordar.

O meu dia é assim porque eu gosto de trabalhar quando as coisas estão calmas lá fora. É muito ruim trabalhar em um horário onde muitas vezes você vai ser interrompido de alguma maneira, e eu gosto de começar e terminar alguns trabalhos que eu faço de uma vez só. Não gosto de parcelar. Ontem mesmo, foi uma correria intensa, para fazer uma tarefa de casa, para produzir os desenhos, gravar e tirar as fotos deles, só pude fazer a edição dos vídeos e das artes dos desenhos hoje. E no fim terminei esquecendo de algumas coisas que eu só me dei conta quando eu estava perto da hora de dormir. Resultado: eu não dormi.

E assim o meu dia de hoje foi totalmente atípico. O dia de ontem terminou de sete horas da manhã depois de uma noite em claro, e o dia de hoje começou de meio-dia. O que eu esqueci de fazer no dia de ontem eu consegui fazer no dia de hoje. Foi assim que eu passei por mais um dia de insônia, o que é uma coisa totalmente atípica porque apesar de tudo, na maioria dos dias e sem crises de ansiedade que ajudam a potencializar dias assim, eu consigo dormir. Mas não foi o caso do dia de hoje, e por conta disso, os outros dias terminam me preocupando. Mas demoram a se repetir. Dias assim, de insônia total, são raros. Mas acontecem.

É assim que a minha vida funciona. E eu não sei desde então o que é outra coisa, embora em algum momento, eu vá modificar a minha rotina, afinal, a nossa vida é dinâmica e tudo na vida evolui, mesmo que demore, mas você vai sentir a evolução. Ela demora, mas acontece. E moldando a minha rotina, eu sei que muitas vezes eu posso me negligenciar em alguma coisa. Em ter esquecido de alguma coisa. Mas eu sei por onde começar e como a minha rotina irá fluir. E assim eu aprendo com as coisas que eu esqueci para evitar que tudo aconteça de novo. Mas eu sempre vou estar bem com o que me faz sentir bem. E eu vou me adaptando.

O meu relógio biológico funciona em um outro fuso horário. No meu fuso horário. Aquele que eu estabeleci, aquele que melhor me adaptei. É assim que eu sigo sendo o último a dormir e o último a acordar. Mas sabe aquela rotina que já é praticamente igual há 10 anos, com algumas diferenças e outras coisas que foram moldando a rotina, como os trabalhos, a pandemia de 2020 que mudou o nosso modo de viver para sempre, e outras coisas que nos fazem entender que tudo só faz sentido quando a gente encontra esse sentido? É sobre isso. E agora, eu estou caminhando para mais uma mudança de rotina que… Será que vai ser diferente do que parece ser igual?