Você considera importante que a marca tenha um guia de usos para manter a fidelidade daquilo que foi criado? Como um guia como esse preserva a integridade da sua marca?
Pergunta feita por este editor
Quando você fecha uma parceria ou um patrocínio para um evento ou alguma outra coisa envolvida, você quer estampar a sua marca no material desse evento, quer patrocinar algum outro projeto, e tudo o que você quer é que a sua marca esteja em tudo isso. Mas quem está na parte visual do projeto ou do evento simplesmente não pode pegar a marca que está aqui e jogar na arte. Não pode desenhar a marca de qualquer jeito. Não pode pegar qualquer tom de azul ou cor primária que seja e colocar no fundo da marca. Não pode pegar qualquer tom de qualquer cor. Tem que seguir o que foi determinado na criação da marca.
E onde está tudo isso? Em um Manual de Identidade Visual. Quando você determina as diretrizes que tem que ser seguidas para a reprodução de uma marca, você está garantindo a integridade dela. E uma coisa que eu falei bem é a respeito de quem pode reproduzir: eu eventualmente posso fechar parcerias e patrocínios onde eu quero expor a minha marca. E as regras em questão valem para quem eu fechar parceria ou quem solicitar autorização expressa para a reprodução da marca em seus projetos, ou seja, para aqueles que pediram tudo direitinho ou que estão em uma relação de parceria. Aqui começa a rigidez do tratamento.
Tá, e por quê? Imagine que algum espertinho queira simplesmente copiar a marca da maneira que ela está e associar a alguma parceria ou patrocínio que eu não fechei, ou que eu simplesmente não saiba? Que a marca foi usada de maneira aleatória? Que qualquer um pode usar a marca para alguma brincadeira? Vai na mesma linha do que eu falei a respeito do meu trabalho com sites, que foi tema das #SetePerguntas da semana passada: você não está lidando com uma brincadeira de criança, e sim com um trabalho sério que precisa ser respeitado como tal. Eu não gosto muito de ter que reafirmar isso, mas muitas vezes é necessário.
Mas tá, e em que situação você precisou defender a sua marca em algum momento? Sim, eu precisei defender a minha marca de pessoas que simplesmente quiseram brincar com ela, e eu venci a batalha. Isso aconteceu comigo há uns quatro anos, e deu trabalho para barrar o copiador (ou kibador, como o pessoal da Internet gosta de chamar). Teve caso de conta derrubada, aviso nos stories e até mesmo notificação extrajudicial, porque a pessoa achou estar lidando com qualquer coisa, e nesse momento você precisa dar um “apavoro” com uma notificação extrajudicial bem bonitinha e bem escrita para que a pessoa saiba que o seu trabalho é sério.
Teve horas que não queria chegar aos extremos, mas foi necessário chegar a esses extremos. E se acontecer de novo, eu vou precisar dessas ferramentas para defender a marca da luneta de um planeta. A marca da luneta não é apenas a silhueta de uma luneta com um tripé. Ela tem um conceito por trás. É a silhueta de uma luneta que representa tudo o que eu vejo, baseado no tripé arte-cidade-comunicação. Tudo foi trabalhado para que a marca tenha um significado para além do desenho. Afinal, ela é a sua bandeira, e é a sua bandeira que você precisa defender, porque nela, está representada a sua identidade. Por isso, manter a fidelidade da marca é fundamental.
#SetePerguntas
O primeiro post do dia no Site Josivandro Avelar. Um tema por semana, com uma pergunta por dia sobre assuntos relacionados a arte, cidade e comunicação. Pergunte o que quiser, eu posso lhe responder.