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Enfim, saí

Depois de 154 dias sem colocar o pé para fora de casa, enfim saí. Vi o mundo lá fora, vi como o mundo mudou.
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154 dias. Foi o tempo que eu passei dentro de casa. Quando tudo estivesse melhor, poderia sair. Saí. Na tarde de ontem.

Em segurança, saí de máscara, distanciado, afinal eu sempre mantenho distância por natureza, e voltando ao normal. Que normal eu encontraria lá fora mesmo? Era essa curiosidade que eu queria muito matar – e olha, não fiquei ansioso, soube controlar e até superar as expectativas por mim mesmo.

Vi o quanto as coisas mudaram em cinco meses exatos. Muros mudaram. Casas reformadas. Outras sumiram. Pessoas de máscara como eu, que por estar dentro de casa não usava. Usei a minha primeira – tenho duas e acho que preciso de mais. E olha, não é tão ruim ficar um bom tempo com ela no rosto. É até confortável…

Fiz o que fazia antes. E não perdi as minhas referências, porque elas estavam na minha memória o tempo todo. O caminho eu sei de cor, por onde ia eu decorei, da memória eu não tirei. Só queria ver o quanto as coisas mudaram, cinco meses é tempo suficiente, afinal, eu só via as mesmas paredes, as mesmas portas… E tinha o home office para me ajudar.

Redescobrindo o mundo
Passos, dunas, dunas de areia. Para cada passo que puder dar, saí por aí.
Photo by shy sol on Pexels.com

Aos pouquinhos, vou redescobrindo o mundo que não via mais e vivendo o que ainda não vivi. O que eu quis viver hoje é apenas o começo de um recomeço que eu esperava muito. Porque era algo que eu queria viver, e diante de tudo, valeu a pena.

Pelas experiências que a gente nunca mais vai esquecer. Pelas coisas que a gente vai se acostumando a viver. Saí. E posso sair outras vezes. Com todo o cuidado necessário.

A minha casa é acolhedora, mas o lugar que eu vivo é tão ou mais. Só queria ver. E afinal, tô vendo.

Sei. Aos poucos tudo vai voltando ao seu rumo. É vivendo que se aprende a conviver com a nova realidade, e nunca tive medo disso. Aprendi que se supera encarando, e voltar a andar foi como o homem na Lua: podia ser um pequeno passo para um homem qualquer, mas para mim, era o salto.

E por mais acolhedora que seja a casa, nada se compara ao ar e a dinâmica das ruas. Que aos poucos vou redescobrindo e me acostumando com esse novo normal. E é muito bom ver essa dinâmica toda novamente. E estar lá de novo.

Porque essa é a minha identidade, se adaptando aos novos tempos. E pronto para o que vier daqui em diante, pois já passei por todas as turbulências possíveis e imagináveis o suficiente.


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