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E a comunidade que se vire…

Viver em uma comunidade que não é tratado com as mesmas prioridades dos demais diz muito sobre o que é se virar. Ainda mais em momentos difíceis.
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O título deste post é exatamente o que eu estaria pensando que as autoridades de João Pessoa dizem para nós o tempo todo. No dia de hoje, 1º de agosto, o Cristo Redentor registra 1090 casos de COVID-19. E se somar com o Rangel, com seus 326 casos, dá 1416. A comunidade se vira como pode, mas é isso; a pandemia deixou suas marcas por aqui. Que no momento de retomada poderiam ser minimizadas, mas como bem sabemos, o tamanho da população e as “prioridades” escancaram a realidade.

Coisas que já vinha falando há muito tempo, e que os momentos difíceis deixaram ainda mais evidentes. O que mostra que a minha nova lista de desejos vai ser reforçada esse ano… E promete ser mais rigorosa.

Mas vamos ao assunto de hoje. O que eu quero tratar é sobre, se para mim que trabalho home office já é duro viver numa comunidade a qual você quer bem mas não é tratado com as mesmas prioridades básicas de outros, imagine para o trabalhador que acaba de voltar para o seu local de trabalho, mas tá sofrendo pra ir e vir..

Prioridades…

Como sabemos, no último dia 6 de julho os serviços de transporte foram retomados em João Pessoa. E no segundo maior bairro da capital paraibana o esquema é pífio. De 19 linhas originais – lembrem-se, aqui é um corredor -, só cinco rodam. Três radiais e apenas a 2300 e 3200 de circulares – e sim, nenhuma linha para a Epitácio Pessoa, nem muito menos o tão necessário 5204, estão rodando por aqui.

E o esquema é o mesmo desde o início da retomada, como se; primeiro, os deslocamentos daqui para o Centro e bairros fossem poucos; segundo, como se não existissem trabalhadores de shopping, bares e restaurantes morando aqui. Se o Cristo é o segundo maior bairro da capital, então é lógico que existem trabalhadores nesses setores, certo?

Isso nem a Semob nem o Sintur-JP levam em conta. Começa pelo esquema de maior número de viagens em determinadas linhas no horário de pico – que “atochando” passageiros de outros bairros numa linha que a princípio ele não poderia usar, seria lógica a lotação destas. Segundo pelo esquema de “tetéu” divulgado hoje por ambas e publicada pelo Ônibus Paraibanos, que exclui moradores de alguns bairros. E termina com o esticamento de uma linha que em tese poderia ser substituída por duas já existentes, mas que não foi ativada com a impressão de continuar nos penalizando.

Desculpas, desculpas… As mesmas desculpas

A desculpa que os órgãos vão dar é sempre a mesma: use a Integração Temporal. Mesmo com a deficiência dos pontos de venda dos cartões aqui dentro, é nisso que os órgãos se “fiam” para achar que o atendimento é maravilhoso. E nem ao próprio Terminal de Integração há de se recorrer, pois até ali a integração física foi substituída pela eletrônica. O passageiro logicamente teme um desconto de uma passagem que pode não ter, tornando a volta para casa uma aventura que não poderia acontecer. E passar muito tempo numa parada num momento desses não é bom.

O atendimento está insatisfatório sim. Na prática, é redução de ônibus em dois bairros que ainda dependem muito dos deslocamentos para outros pontos da cidade para poder fazer até mesmo coisas básicas. Pandemia não é momento de dizer “se vire” para uma comunidade tão numerosa.

Porque volto a repetir: no Cristo e no Rangel existem trabalhadores de shopping, de bares e restaurantes, como em qualquer bairro da cidade. Impor baldeação para essas pessoas nesse momento demonstra muito bem o que consideram prioridades.

É com essa cara de tacho que vamos as urnas em novembro. Escolher pessoas que vem aqui pedir votos, depois viram as costas e deixam a comunidade no fim da fila das prioridades básicas.


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