A curiosidade ao meu redor

Quando você caminha pelas ruas da cidade, o que você vê? O que você nota? Você tem tempo para notar o que está ao seu redor por onde você passa? São muitas coisas que vão além dos muros das casas, do asfalto das ruas, de cada carro ou ônibus que passa, das placas de trânsito, das pedras da calçada, das flores e árvores que ainda trazem verde e vida ao ambiente onde você está e passa todos os dias. Mas será que a gente tem tempo de observar tudo isso na rotina corrida do dia a dia? Será que a gente consegue observar o que está ao nosso redor, para além do caminho que a gente faz todos os dias, pelos mesmos lugares?

Certamente, a maioria dos leitores não saberia responder esta pergunta, afinal, a correria dos dias e a rotina puxada não permitem a muitos prestar atenção nos muitos detalhes que a cidade esconde sem necessariamente esconder, sem ter a intenção de estarem escondidos. Afinal de contas, são detalhes que não estão escondidos, as pessoas apenas não tem tempo de prestar atenção. Se não tem tempo, estão com pressa, afinal de contas, a cidade é correria pura e temos horários marcados para tudo, para a condução, para o trânsito, para o horário de trabalho onde a gente não pode atrasar por nenhum minuto.

A menos que você tenha muita curiosidade de saber de tudo, de ver tudo, de entender tudo o que se passa ao seu redor. É nesse momento que você observa a cidade ao seu redor. E vê o quanto pequenos detalhes fazem toda a diferença nos lugares onde você passa, afinal, a gente pode até nem notar aqueles pequenos detalhes do dia a dia ou outras coisas marcantes do cenário diário, que estão lá há tempos e fazem parte da sua rotina. De repente, se alguém mudar um pedaço desse cenário, você percebe. Porque o que faz parte da sua vida faz falta quando muda de lugar, quando é retirado, quando é eliminado do cenário.

Você me diria: eu não entendi o que você quis dizer por pequenos detalhes do dia a dia que a gente parece nem notar. Mas a curiosidade ao seu redor está ativa e muitas vezes você nem se dá conta. Então, eu queria dar um exemplo mais claro para que você entenda o que eu quero dizer e de certa maneira você vai se identificar. Você, por exemplo, percebe uma casa que está no mesmo lugar há anos e faz parte do seu cenário. E está acostumado com essa casa. De repente, ela é demolida para a construção de um novo prédio, de um novo ponto comercial. Nesse momento, você se dá conta de que aquela casa que você vê todos os dias já não está mais lá.

E percebe que aqueles pequenos detalhes que fazem parte do cenário onde você passa todos os dias podem até se esconder de você ou você nem lembrar que de certa forma você reparou, mas o seu inconsciente fez isso por você. É nesse momento que você se dá conta de que aqueles pequenos detalhes do dia a dia de certa forma não passam despercebidos por você. Afinal, a gente até pode dizer que não tem tempo de reparar em tudo, mas repara de uma maneira inconsciente, e é uma coisa que acontece muito comigo, quando a curiosidade ao meu redor me fascina mesmo que eu pareça não ter tempo para reparar nos mínimos detalhes de cada coisa.

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