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A arte de rua e meu olhar criativo

De que forma a arte de rua — murais, grafites, cartazes — dialoga com o seu olhar criativo?
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De que forma a arte de rua — murais, grafites, cartazes — dialoga com o seu olhar criativo?

Pergunta gerada pela inteligência artificial e respondida por mim

A arte de verdade é aquela que dialoga com as pessoas, feita por pessoas e para pessoas. Parece meio redundante ter que falar isso, sobre a arte ser feita de pessoas para pessoas mas eu tenho que falar, reforçar quantas vezes forem necessárias para que as pessoas, principalmente aquelas mais seletivas, entendam justamente isso: qual é o princípio da arte. E a arte que dialoga com o olhar criativo é aquela que é feita justamente por quem entende a rua, está nela, sabe o que ela é e como ela se transforma. Quando a gente entende a rua, entende as pessoas, e quando a gente entende as pessoas, entende a arte.

E ela dialoga com o meu olhar criativo nesse sentido: o de entender, o de fazer acontecer, sendo feita da rua para a rua. Com o que se vê na rua. Com o sentimento da rua. Se tem uma coisa que até agora eu nunca fiz e eu sonho em fazer é justamente isso: arte de rua. Arte que as pessoas possam ver na sua rotina. Arte que não precisa estar presa nas quatro paredes de um museu. Arte que se insira no cotidiano das pessoas, ao ponto não exatamente delas pararem e olharem, mas arte que se incorpore ao cenário cotidiano da cidade. Talvez seja isso que me moveu a seguir a Publicidade mesmo que essa não fosse a minha primeira opção, mesmo sabendo que eu não seria um publicitário na plena acepção da palavra – essa é a minha formação.

Quando eu pintava telas, eu pensava exatamente isso: será que as pessoas vão ver? Será que eu estou fazendo arte para as pessoas? As artes eram até expostas, mas eu sentia que aquilo não era completo para mim. Pensei ainda mais nisso depois de fazer Publicidade e Propaganda, que apesar de ser a segunda opção de curso superior que eu tinha – a primeira era Jornalismo mas eu não concretizei (ainda) esse objetivo -, podia me dar, como pode, a estrutura suficiente para entender o público e o que eu posso fazer para que uma ideia minha possa ser parte importante do cotidiano e da rotina desse público. Fazer Publicidade e Propaganda foi importante para mim nesse sentido.

A arte de rua é exatamente isso, nem diria que é um pouco isso, ela é exatamente isso: a arte que se incorpora a rotina das pessoas e o prestígio está exatamente em fazer parte do cenário e do cotidiano da cidade. É a arte que a gente faz, é a arte que eu adoraria fazer, até me lembrando que eu comecei na rua, mas na verdade, no barro da rua em desenhos que o tempo, as rodas dos carros e os passos apagavam. Não era uma coisa definitiva. Eram coisas que eu podia desenhar, apagar, desenhar, apagar. Mas eu queria que a arte fosse permanente, e para aquela criança, aquilo era um sonho. Um sonho que hoje um adulto de 37 anos pode sonhar de maneira mais ampla.

Eu ainda não fiz uma arte de rua. Fiz uma ou outra marca que teve uma reprodução efêmera nas ruas. Sinto que eu quero mais e eu posso mais, e eu me inspiro exatamente nas ruas para construir e ao mesmo tempo reconstruir caminhos que eu posso ter me perdido, com vontade de me reencontrar. Enquanto eu não faço isso, eu estou aqui. Planejando, testando, tendo ideias. E pensando em como executar essas ideias com as ferramentas que eu tenho. Se eu posso iniciar uma revolução, eu acendi a fagulha da criatividade e da vontade de realizar objetivos maiores, porque eu acredito. Logo, a minha arte vai estar na rua. E vocês vão ver.

O primeiro post do dia no Site Josivandro Avelar. Um tema por semana, com uma pergunta por dia sobre assuntos relacionados a arte, cidade e comunicação. Pergunte o que quiser, eu posso lhe responder.

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